Vamos falar um pouco sobre Ibogaína?
Apresento a vocês o tratamento com Ibogaína para a dependência de drogas.
Hoje vou falar da ibogaína... Eu tinha muito interesse nessa parte de pesquisa, acho que é uma linha de pesquisa que está esquecida...desde a proibição no final dos anos 60 e que está renascendo agora, com muita força, alguns artigos muito importantes inclusive na Nature Reviews Neuroscience atestando que a biomedicina, a medicina, psiquiatria e psicologia deveriam voltar a olhar pra essas substâncias, entender melhor o que elas fazem e se elas tem potenciais terapêuticos, de como usar isso de maneira benéfica.
Então aí vem essa pesquisa sobre o tratamento ibogaína, que foi coordenada pelo Prof Dartiu, foi conduzida por mim e pela Angélica minha colega psicóloga aqui. Em parceria com o Dr Bruno Rasmussen Chaves, que é um médico formado aqui na UNIFESP também e ele é o responsável por fazer tratamento de dependência química, administrando ibogaína farmacêutica em clínicas de recuperação para dependentes químicos, que ele importa com autorização da ANVISA.
Então, pra evitar qualquer tipo de confusão institucional, eu quero começar ressaltando que o estudo foi aprovado no Comitê de Ética da UNIFESP Mas isso não quer dizer que foram aprovadas quaisquer metodologias do tratamento. O tratamento com Ibogaína foi feito prévio, e é um estudo retrospectivo. Então a gente recebeu material clínico, fornecido por este médico que eu acho muito bacana o que ele fez, ele abriu bastante os seus dados e a gente pode acessar o que aconteceu com esses pacientes.
A gente pode entrevistar pacientes, tanto a Angélica quanto eu, e levantar dados de recaída, recuperação ou não-recuperação o que aconteceu com esses pacientes, o que acontece na ibogaína, como é esse tratamento, se ele é seguro e também se ele é eficaz.
E aí tem uma questão que eu acho muito importante de refletir que é:
O que é um tratamento bem sucedido na área de dependência de drogas?
É a abstinência total a partir do momento que o paciente é dito recuperado?
Ou o paciente alcoólatra pode voltar a beber socialmente?
Essa é toda uma questão complexa. Eu trouxe um exemplo, que é um artigo interessante da Biological Psychiatry de 2012, que eles fizeram um pequeno estudo clínico controlado com placebo com sais de anfetamina em conjunto com Topiramato pra dependência de cocaína. E os resultados foram muito bem vistos pela literatura, 33% do grupo experimental atingiu 3 semanas consecutivas de abstinência...
Para saber mais acesse: www.grupoclinicalibertacao.com.br